Bruna Santana | Direito da Mulher

Não existe mulher que gosta de apanhar

O que existe é uma mulher humilhada demais para denunciar.

Com medo demais para acusar.

Pobre demais para ir embora.

A violência é um processo: o agressor aos poucos vai afastando a vítima das pessoas que ela confia, falando que a família dela atrapalha o relacionamento, que a amiga a leva para o mal caminho, que ele não gosta que a vítima tenha amigos homens, e quando perceber, ela perdeu toda a rede de apoio que tinha.

O agressor vai acabando com a autoestima da vítima, falando que ela engordou, que não se arruma mais como no começo, que não merece as conquistas que tem, e quando perceber, ela acha que se perder aquele relacionamento não vai sobrar mais nada.

Nunca começa com a agressão física. Começa com palavras, e a vítima acaba minimizando as pequenas agressões e maximizando os momentos bons (porque vão existir sim momentos bons, como eu já disse aqui o agressor não é um agressor o tempo todo), e genuinamente acreditando que aquele relacionamento não é tão ruim assim ou que ele pode mudar.

E só para finalizar, uma analogia: se você joga um sapo em uma panela de água quente ele vai sair na mesma hora, mas se você coloca ele na água gelada e vai esquentando-a aos poucos ele pode morrer fervido, porque ele não percebeu que ele estava na água quente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Open chat
Quer falar comigo?
Olá, Bruna! Tudo bem?